Sabe-se que, assim como em toda atividade agrícola, a pecuária de corte brasileira também é afetada por uma série de fatores e acontecimentos que podem prejudicar as exportações de carne. Entre esses fatores, estão o Mal da Vaca Louca, a contaminação por dioxinas e a Febre aftosa, dentre outros. Esses eventos prejudicam o fluxo de exportação e causam prejuízos aos produtores.
Tendo em vista o cenário de enfermidades que podem ser nocivas ao ser humano, o mundo ficou em alerta com relação aos alimentos de origem animal. Visando aumentar a segurança dos alimentos e dar credibilidade aos sistemas de produção de carne, a União Europeia (UE), juntamente com países como o Chile e Albânia, exigiu inicialmente a rastreabilidade dos produtos animais exportados, principalmente para evitar zoonoses (doenças infecciosas de animais que podem ser transmitidas para humanos).
Dentro da pecuária bovina de corte, o sistema de rastreamento consiste em uma ferramenta digital para o controle dos animais. Nessa ferramenta, os animais são identificados por meio de números, utilizando o método de brincagem. Esse número de registro contém um "histórico" do animal, onde são identificados todos os acontecimentos e ocorrências mais relevantes ao longo da vida desse animal.
Basicamente, a rastreabilidade bovina é um sistema que rastreia a origem dos animais por meio de uma série de registros individuais que mostram sua evolução desde o nascimento até o abate, registrando os eventos mais relevantes ao longo de sua vida. Esse procedimento é cada vez mais exigido para garantir o acesso a mercados de exportação. Por exemplo, se um produtor quiser exportar para a União Europeia, ele deve aderir ao SISBOV (Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina).
O Brasil, para atender as exigências de mercados consumidores específicos, implantou no ano de 2002 um sistema denominado de SISBOV, que é atualmente a forma mais usual de rastreabilidade bovina.
O Brasil implantou, em 2002, um sistema chamado SISBOV para atender às exigências de mercados consumidores específicos. Esse sistema é atualmente a forma mais comum de rastreabilidade bovina.
O SISBOV é um protocolo que estabelece uma numeração específica e sequencial de manejo que deve ser seguida para rastrear e mapear os animais da fazenda adotante do sistema. A adoção desse protocolo pelos produtores rurais é voluntária e se torna obrigatória apenas quando definida por atos normativos. O produtor interessado em aderir ao SISBOV deve solicitar o cadastro da propriedade em uma empresa credenciada pelo Ministério da Agricultura.
Figura 1 - Exemplo de brinco bovino utilizado no rastreio.
Fonte: Rural Pecuária.
A rastreabilidade também pode ser feita dentro da propriedade, sem a adoção do SISBOV, através da brincagem/identificação dos animais, em que o produtor anota informações individuais sobre eles, tais como mês de nascimento, peso, idade, categoria, lote em que o animal está inserido, medicamentos e doses de medicamentos que esses animais receberam, entre outras informações que podem auxiliar no manejo e gerenciamento dos bovinos.
A rastreabilidade tem a vantagem de mostrar ao consumidor final a procedência e garantir a origem da proteína animal que ele está adquirindo. Outra grande vantagem é que o gado rastreado proporciona um retorno financeiro maior para o produtor, como, por exemplo, em 2021, quando o retorno era de R$ 4,00 por arroba a mais pago pelo gado rastreado.
Deixamos nas referências materiais para que você possa se aprofundar mais no tema da rastreabilidade bovina. Se você, leitor, gostou desse tipo de conteúdo e tem interesse nos assuntos do campo, tanto na pecuária quanto na agricultura, recomendamos que acesse os outros posts do nosso site, se inscreva no mesmo para receber as publicações semanais e siga e curta nossa página nas redes sociais: Facebook; Grupo Facebook; Instagram e Twitter.
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