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Foto do escritorSamuel H. Muniz

Descubra a recomendação de adubação para milho em sua região e maximize sua produção

Atualizado: 3 de abr. de 2023


O milho é um cereal bastante cultivado e produzido em todo o mundo, devido aos seus diversos usos, que vão desde a alimentação animal e humana até a produção de etanol. No Brasil, o cultivo de milho tem uma grande importância, pois o país é o segundo maior exportador desse grão.


Com o melhoramento genético das plantas, o milho teve características destacadas, resultando em plantas mais produtivas e resistentes ao glifosato e ao glufosinato de amônio, além de serem mais responsivas à adubação. Por isso, a adubação realizada corretamente é um dos fatores que permitem alcançar todo o potencial genético dessas sementes, visto que há um grande investimento na sua compra.

É possível obter informações desde o processo de calagem e gessagem, até tabelas de recomendações para a correção da adubação e recomendações para adubação, que levam em consideração a região, o tipo de solo, a cultura a ser implantada e ainda a expectativa de produção.


Ainda assim, é preciso entender que cada região possui sua própria metodologia de adubação. Dessa forma, o objetivo deste post é mostrar as tabelas de adubação utilizadas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, a fim de mostrar as recomendações de plantio. É altamente recomendado baixar as recomendações para sua região, com a análise do solo em mãos.



Centro-Oeste

Estados: Mato Grosso, Mato Grosso do sul e Goiás


Para a região Centro-Oeste, é utilizado a publicação da Embrapa Cerrado intitulada: Correção do solo e adubação, de Souza e Lobato. Esta publicação, traz orientações que visam nortear a recomendação de adubação e correção do solo, com tabelas de adubação e correção de solo para várias culturas, como abacaxi, banana, café, eucalipto, soja, entre outras.

No sistema de cultivo sequeiro, é recomendado elevar a saturação do solo para 50%, enquanto no sistema de irrigação, esse valor deve ser elevado para 60%.

Figura 1 – Recomendação de adubação de plantio para a cultura do milho no Cerrado.

Fonte: Cerrado: Correção do solo e adubação, 2004, p.307.


Na adubação de cobertura em solos com teor de argila superior a 15%, onde as doses de nitrogênio (N) são inferiores a 100 kg/ha, recomenda-se uma aplicação única quando a planta estiver com 7 a 8 folhas. Em áreas com sistema de plantio direto, é indicado aplicar 100 kg/ha de N quando a planta possuir de 4 a 6 folhas. Quando as doses forem superiores a 100 kg/ha, a aplicação deve ser dividida em duas vezes, sendo 50% da dose aplicada quando a planta tiver de 4 a 6 folhas e os outros 50% quando a planta tiver de 8 a 10 folhas.


Figura 2 – Recomendação de adubação de cobertura para a cultura do milho no Cerrado.

Fonte: Cerrado: Correção do solo e adubação, 2004, p.307.


Para solos com teor de argila inferior a 15% e doses de nitrogênio (N) inferiores a 100 kg/ha, a adubação de cobertura deve ser dividida em duas vezes, sendo 50% da dose aplicada quando a planta tiver de 4 a 6 folhas e os outros 50% quando a planta tiver de 8 a 10 folhas.


Figura 3 – Recomendação do parcelamento de adubação de cobertura para nitrogênio para a cultura do milho no Cerrado.

Fonte: Cerrado: Correção do solo e adubação, 2004, p.307.


Em doses superiores a 100 kg/ha de nitrogênio (N) com valores de argilas menores que 15%, a adubação de cobertura deve ser dividida em três vezes. A primeira dose de 40% deve ser aplicada quando a planta tiver de 4 a 6 folhas, a segunda dose de 40% quando a planta tiver de 8 a 10 folhas e a última dose de 20% quando a planta tiver de 10 a 12 folhas.


Sudeste

Estados: Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo


Minas Gerais


No estado de Minas Gerais, recomenda-se disponibilizar de 10 a 30 kg/ha de nitrogênio (N) durante o plantio, independentemente da produção esperada (4 toneladas ou mais).


Se, após a análise do solo, o nível de fósforo estiver acima do adequado, é necessário levar em consideração a quantidade de fósforo exportada pelos grãos. Para cada tonelada/ha de grãos exportada, deve-se aplicar 10 kg/ha de fósforo (P2O5).

Figura 4 – Recomendação de adubação de plantio para a cultura do milho no estado de Minas Gerais.

Fonte: Nutrição e Adubação de Milho, 2006, p.6.


A adubação com potássio (K2O) no momento do plantio não pode ultrapassar 60 kg/ha. Quando são necessárias grandes doses de potássio, elas devem ser divididas em duas parcelas de aplicação, sendo 50% no plantio e os outros 50% em cobertura.


A aplicação da metade em cobertura da adubação potássica deve ser feita enquanto a planta ainda está nos estágios iniciais de crescimento, sendo recomendado a aplicação antes de 30 dias após o plantio.


Figura 5 – Recomendação de adubação de cobertura para a cultura do milho no estado de Minas Gerais.

Fonte: Nutrição e Adubação de Milho, 2006, p.6.


Em solos com teor de enxofre abaixo de 10 ppm, a aplicação de 30 kg/ha de enxofre pode ser benéfica.


A forma de parcelamento da adubação nitrogenada depende da textura do solo e da quantidade de nitrogênio utilizada. Em solos com alta proporção de argila, doses menores podem ser aplicadas de uma só vez, enquanto em solos com baixa proporção de argila é recomendado o parcelamento em duas ou mais aplicações. Além disso, a escolha do momento correto para a aplicação também é crucial para obter melhores resultados.


Figura 6 – Recomendação do parcelamento de adubação de cobertura para nitrogênio para a cultura do milho no estado de Minas Gerais.

Fonte: Nutrição e Adubação de Milho, 2006, p.6.


Quando a adubação é praticada em quantidades menores que 120 kg de N/ha e a argila é considerada média e argilosa, ela é feita em dose única. Dessa forma em doses acima de 120 kg de N/ha para qualquer classe textural e classe textural do solo arenosa deve ser feito o parcelamento duas vezes.



Rio de Janeiro


No estado do Rio de Janeiro, é recomendado o uso de 80 kg/ha de adubação nitrogenada, sendo dividida em 1/3 no plantio e 2/3 em cobertura. O manual recomenda que a adubação de cobertura seja feita após 40 dias da emergência das plântulas.


Figura 7 – Recomendação de adubação de plantio para a cultura do milho no estado do Rio de Janeiro.

Fonte: Manual de Calagem e adubação para o estado do Rio de Janeiro, 2013, p.286.



São Paulo


No estado de São Paulo, recomenda-se que a adubação de plantio de nitrogênio e potássio não ultrapasse 40 kg/ha cada um. Caso esses valores sejam excedidos, a recomendação é que sejam utilizados na adubação de cobertura, seja ela realizada após o plantio ou a lanço.

Figura 8 – Recomendação de adubação de plantio para a cultura do milho no estado de São Paulo.

Fonte: Instruções Agrícolas para as principais culturas Econômicas, 2017, p.273.


Em casos de deficiência de enxofre em camadas de 0-20 cm e 20-40 cm, pode ser usado 20 kg/ha em semeadura.


Figura 9 – Recomendação de adubação nitrogenada em cobertura para a cultura do milho no estado de São Paulo.

Fonte: Instruções Agrícolas para as principais culturas Econômicas, 2017, p.273.


A adubação de cobertura deve ser feita antes do estádio V5 ou antes das 5 folhas verdadeiras. É recomendado que em solos que sejam considerados argilosos, a adubação nitrogenada ocorra de uma vez só, logo após o momento do plantio.



Sul

Estados: Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina


A adubação de plantio na região sul do Brasil pode ser definida de acordo com as culturas antecessoras implantadas. Em sistemas de preparo convencional, é recomendado o uso de cerca de 10 a 30 kg/ha de nitrogênio (N).

Já em sistemas de plantio direto, realizado sobre os resíduos de gramíneas, é aplicada uma dose de 20 a 40 kg/ha de N. Na semeadura em resíduos de leguminosas, são utilizadas doses de 10 a 20 kg/ha de N.


Em áreas onde a cultura antecessora era de espécies leguminosas, a adubação nitrogenada pode ser menor, visto que durante a mineralização da matéria orgânica formada por essas espécies, ocorre a disponibilização de nitrogênio. Por outro lado, em áreas onde havia pastagens, a disponibilidade de N pode ser menor, portanto, é necessária uma adubação maior.

De acordo com estudos realizados pela MISOSUL (Reunião Técnica Sul-Brasileira de Pesquisa de Milho e Sorgo), a tabela 10 tem como princípio uma expectativa de produção de 6 toneladas por hectare de grãos.


Figura 10 – Recomendação de adubação nitrogenada em cobertura para a cultura do milho na região Sul baseado no teor de matéria orgânica e cultura antecessora.

Fonte: Informações técnicas para o cultivo do milho e sorgo na região subtropical do Brasil: safras 2019/20 e 2020/21, 2020, p.101.


Ainda é levado em consideração a produção de massa seca pelas culturas antecessoras, com leguminosas em que a massa seca for maior que 3 t/ha, é possível diminuir a quantidade de aplicação de dose de N em 20 kg/ha mais a dose recomendada.


Caso a massa seca produzida por nabo ou através de consorcio de gramínea/leguminosa for menor que 4 t/ha deve ser aumentada a dose em 20 kg/ha. Em áreas onde a cultura antecessora era gramínea com produção de massa seca maior que 4 t/ha é preciso acrescentar de 20 a 40 kg/ha.


Figura 11 – Recomendação de adubação de fosforo e potássio em cobertura para a cultura do milho na região Sul baseado no teor de matéria orgânica e cultura antecessora.

Fonte: Informações técnicas para o cultivo do milho e sorgo na região subtropical do Brasil: safras 2019/20 e 2020/21, 2020, p.108.


Quando é desejável produções maiores que 6 t/ha de grãos, é recomendado acrescentar 15 kg/ha de N para cada tonelada de grãos. Em produções maiores que 10 t/há de grãos é necessário aumentar a adubação de 20 a 40%.

Na tabela 11 ela visa uma produção de igual ou menor que 6 t/ha de grãos produzidos. Dessa maneira é imprescindível adicionar cerca de 15 kg/ha de P2O5, e 10 kg/ha de K2O para cada tonelada de grãos por hectare objetivando alcançar.


Em doses de N em cobertura seja com doses elevadas, pode ser dividida em duas partes, sendo 50% em V4 a V6 e a outros 50% em V8 e V9.



REFERÊNCIAS


Centro-Oeste


Minas Gerais


Rio de Janeiro



São Paulo


Sul


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