Um dos pontos principais para garantir um bom retorno na atividade pecuária é evitar que os animais percam peso em determinadas épocas do ano. Isso acontece com o “boi sanfona”, que fica magro no período da seca (no Mato Grosso, de maio a setembro) e gordo no período das águas (de outubro a abril no MT).
Essa oscilação no peso dos animais, de qualquer categoria (vaca, boi, novilha, bezerro, etc.), acarreta em um atraso no desenvolvimento deles, demorando mais tempo para realizar seu ciclo produtivo e dar retorno financeiro desejado.
Mas o “boi sanfona” pode ser evitado com um bom manejo de pastagens, fazendo com que haja massa seca (MS) de capim no período não chuvoso do ano. Para isso, é necessário realizar um bom manejo das pastagens.
Vale lembrar que o manejo de pastagens visa assegurar a produtividade animal a longo prazo e isso é possível quando regulamos dois fatores que mais afetam o crescimento e desenvolvimento do capim: a intensidade de pastejo (carga animal) e o sistema de pastejo.
A intensidade de pastejo pode ser regulada através da modificação do número de animais por hectare (UA/ha), já o sistema de pastejo pode ser controlado quando o produtor conhece os tipos de pastejo existentes em sua propriedade.
Desse modo, podemos classificar os tipos de pastejo da seguinte forma:
Contínuo
O pastejo contínuo consiste em manter os animais dentro de uma mesma área, ou seja, de um mesmo pasto. Geralmente, esse tipo de pastejo é feito quando os animais são criados de forma extensiva (ver post: Pecuária de corte: extensivo, semi-intensivo e intensivo).
Um dos pontos positivos desse sistema é a questão da pouca mão de obra, pois não há necessidade de um manejo de rotação dos animais. No entanto, a pressão de pastejo realizada pelos animais é contínua sobre o pasto e não há um período de descanso para o capim. Outro ponto negativo que também deve ser considerado é a questão da baixa carga animal que esse sistema suporta.
Alternado
O sistema de pastejo alternado, também conhecido como diferido em algumas regiões do Brasil, consiste basicamente em alternar o gado em dois piquetes. Coloca-se os animais em um pasto e deixa-se o outro em descanso. Quando esses animais tiverem pastejado o primeiro pasto, eles são encaminhados para o segundo, deixando o primeiro em descanso, e assim sucessivamente.
Nesse sistema, observamos que há um período de descanso da pastagem, o que é importante para a recuperação e desenvolvimento do capim. O alternado também é um sistema que não exige muita mão de obra.
Rotacionado
O sistema rotacionado também é conhecido como Voisin (em homenagem ao francês André Marcel Voisin, 1903-1964, criador das “Leis Universais do Pastoreio Racional”). Nesse sistema de pastejo, a área é dividida em piquetes elaborados de acordo com o número de animais e a possibilidade de suprir suas necessidades fisiológicas.
Os animais são alternados dentro desses piquetes com dias fixos de ocupação e descanso. Ou seja, quando um piquete for pastejado, os animais vão para o próximo e assim sucessivamente até retornarem ao primeiro novamente, possibilitando a regeneração do capim.
Recomenda-se que os dias de descanso sejam estabelecidos conforme a necessidade de tempo de recuperação do capim. Por exemplo: imaginemos um sistema rotacionado com uma pastagem de B. brizantha cv Xaraés. Tendo em vista que essa cultivar necessita de cerca de 28 – 35 dias de descanso antes de sofrer um novo pastejo, então é necessário rotacionar os animais de maneira que eles voltem ao primeiro piquete de Xaraés após 28 dias (no mínimo) de descanso do capim.
O sistema rotacionado possibilita um aumento no número de animais por hectare. No entanto, é um sistema que exige mais mão de obra, devido à necessidade de alternar os animais dentro dos piquetes.
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